Um microscópio revolucionário

O Hospital Santa Cruz foi um dos pioneiros no Brasil a adquirir, em junho deste ano, o KINEVO 900 da Zeiss, equipamento de alta tecnologia com sistema de visualização digital híbrida que permite ao cirurgião realizar o procedimento com controle robótico, sem a necessidade de visualização pela binocular do microscópio. O aparelho é um lançamento mundial, apresentado no congresso de neurocirurgia nos Estados Unidos em 2018. 

De acordo com o Dr. Koshiro Nishikuni (CRM 50.277), chefe da Neurocirurgia do Hospital Santa Cruz, com esse microscópio, o cirurgião pode escolher visualizar a área afetada em uma tela com visão tridimensional, com noção exata de profundidade, e cuja imagem é acionada com os pés, por meio de pedal, deixando as mãos livres para o procedimento cirúrgico. A tecnologia possui ainda o sistema Position Memory, que permite o cirurgião retornar às áreas exatas de atenção sem precisar reposicionar o equipamento ou mapeá-las novamente. Pela grande precisão que oferece, o microscópio é indicado principalmente para cirurgias que exigem detalhamento da área afetada, como é o caso de neurocirurgias e de intervenções nos nervos auditivos, além de outras aplicações. 

Segundo o Dr. Flavio Key Miura (CRM 75.675), neurocirurgião que vem usando o microscópio no Hospital Santa Cruz, esse equipamento oferece “uma integração maior com outros instrumentos neurocirúrgicos, facilitando a neuronavegação”. Em outras palavras, o aparelho permite visualizar as estruturas cerebrais ao mesmo tempo em que é feito o procedimento. “Antes, era preciso parar a toda hora para identificar o tecido afetado, como, por exemplo, um tumor, e então voltar à cirurgia.”

Um dos grandes diferenciais, é o sistema de fluorescência intraoperatória, chamada Infra Red Vascular, que consiste na aplicação de um contraste de nome fluoresceína. Por meio dele, o cirurgião é capaz de identificar a origem do fluxo sanguíneo, detectar hemorragias ou microvasos e distinguir o tecido tumoral do tecido saudável, podendo, assim, tomar decisões assertivas e rápidas durante a cirurgia, além de eliminar com segurança todo o tecido comprometido sem afetar áreas funcionais ou saudáveis.

“A fluorescência intraoperatória permite que se faça uma angiografia em tempo real nas cirurgias de aneurisma”, exemplifica o Dr. Nishikuni. Ele explica que, em vez da necessidade de enviar o paciente para realizar uma angiografia, o que pode levar algumas horas – com o risco de que ele sofra uma isquemia cerebral –, a aplicação da fluoresceína permite que se tenha uma visão em infravermelho dos vasos afetados de maneira imediata. “Conseguimos reduzir o tempo que seria consumido em uma angiografia para apenas 4 minutos.”

Marcelo Tsuji, diretor financeiro do Hospital Santa Cruz, complementa lembrando que, ao adquirir esse microscópio, a Instituição está também resgatando sua vocação histórica de investir continuamente em tecnologia de ponta. “O Hospital Santa Cruz é conhecido por ter sido sempre um pioneiro na compra de equipamentos que estão na vanguarda da tecnologia. E esse microscópio é o mais avançado que existe hoje para a aplicação em neurocirurgia.” 

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